Policial que estampou mensagem no carro criticando o secretário de Segurança de São Paulo foi advertida
A delegada da
Polícia Civil de Sorocaba que usou um adesivo no carro para desafiar o
PCC e criticar o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo,
Antonio Ferreira Pinto, terá sua conduta analisada pela Corregedoria da
Polícia Civil e pode ser punida. Na quarta-feira (14), véspera do
feriado, ela circulou de carro pela cidade exibindo no para-brisa
traseiro um grande adesivo com os dizeres: "Vem PCC, tô facinha pra
você! Se o secretário de Segurança não tá nem aí, eu me preocupo. Poupe
pais, mães de família e o coitado do povo inocente".
Nesta
sexta-feira (16), o adesivo já havia sido retirado e a delegada, que
pediu a preservação de sua identidade, não quis dar entrevista. Flagrada
dirigindo o carro, ela disse ao jornal Bom Dia que havia tomado a
atitude depois que o governador Geraldo Alckmin afirmou não ter planos
de trocar o comando da Segurança Pública mesmo com a crise no setor. "A
cegueira nas atitudes do secretário perante os atos criminosos é
inadmissível. Negar a onda de violência é o mesmo que dizer que Papai
Noel existe. Não me conformo com esse caos", desabafou.
Ao explicar a
frase que mandou estampar em seu carro, disse que não se conformava em
ver inocentes morrendo na guerra da capital. "Eu me importo com o povo
do meu Estado. Gostaria que o secretário de segurança se importasse da
mesma maneira."
O delegado
seccional André Moron, que já identificou a autora do protesto – uma
delegada com 23 anos de carreira –, considerou que ela tomou uma atitude
isolada e inadequada. "Num momento conturbado como este, lutamos junto
contra o inimigo comum, que é o criminoso, portanto essa atitude não
contribui para a segurança de ninguém", disse.
Além de
advertir a subalterna, o delegado seccional acionou a Corregedoria da
Polícia Civil para avaliar a conduta da delegada e tomar medidas
administrativas. "Estamos propondo que a delegada perca a titularidade
da delegacia pela qual responde, pois temos a convicção de que sua
postura fez com que ela perdesse a credibilidade perante a comunidade e
junto à Seccional."
O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo informou que vai acompanhar os trabalhos da corregedoria.
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